Ainda neste mês, o governo federal publica portaria
criando o grupo de trabalho (GT) que estudará a inclusão no programa Bolsa
Verde de famílias em extrema pobreza que moram em áreas tidas como berçário de
animais ameaçados de extinção. Entre essas áreas, está o município de Curaçá,
onde serão feitas as primeiras solturas da ararinha-azul, ave considerada
extinta na natureza e oriunda da região.
A informação é da diretora do Departamento de
Extrativismo do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Juliana Simões, que
participou, no final do mês passado, da reunião do comitê gestor do Bolsa
Verde, que aprovou a criação do grupo de trabalho. “Entre as áreas que o MMA
pretende ter famílias beneficiadas está Curaçá, onde será feita a soltura de ararinhas-azuis”,
disse ela.
Nessa região da Caatinga baiana, o Instituto Chico Mendes
de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) iniciará uma fase de testes a partir
de 2017. O objetivo é preparar o terreno e educar ambientalmente a população
local para a soltura das aves. Até 2021, um grupo de 150 ararinhas-azuis
passará a viver em liberdade, numa área protegida a ser criada na região.
Curaçá é o local de origem, o habitat histórico das
ararinhas-azuis. Desde 2000, no entanto, exemplares da ave não são vistos
soltos na região. A extinção se deu por conta de capturas ilegais,
especialmente por causa do tráfico de animais silvestres. As aves a serem
reintroduzidas em seu ambiente natural nasceram ou foram resgatadas de
cativeiros.
Reintrodução
A reintrodução das aves é iniciativa do Projeto Ararinha
na Natureza, desenvolvido pelo ICMBio, autarquia vinculada ao MMA, em parceria
com a ONG alemã Associação para Conservação de Papagaios em Extinção (ACTP) e o
Al Wabra Wildlife Preservation (AWWP), um criadouro particular localizado no
deserto do Catar, entre outros parceiros.
“O objetivo de inserirmos essas famílias no Bolsa Verde é
torná-las parceiras na proteção dos animais ameaçados de extinção. É bom
lembrar que o Bolsa Verde significa benefício, mas, também, responsabilidade
com o meio ambiente”, disse Juliana Simões.
Como é o Bolsa
Verde
O Programa de Apoio à Conservação Ambiental Bolsa Verde
foi lançado em setembro de 2011 pelo governo federal. O propósito é repassar, a
cada trimestre, R$ 300 a famílias em situação de extrema pobreza e que vivem em
áreas consideradas prioritárias para conservação ambiental.
O benefício é concedido por um período de dois anos, com
possibilidade de renovação. O objetivo é aliar o aumento de renda dessas
populações à conservação dos ecossistemas e ao uso sustentável dos recursos
naturais.
Com informações da Ascom do MMA (Cristina Ávila e Luciene
de Assis)
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