16 de jun. de 2014

WALTER ARAÚJO: BARRO VERMELHO E SEU MAESTRO FILEMON

Barro Vermelho é um lugar muito importante e querido, que pertence ao município baiano de Curaçá.Terra de gente hospitaleira e decente, suas esquinas respiram cultura e suas ruas atestam a grandeza de seu povo.                        

A vida em Barro Vermelho é coroada de grandes feitos. Até o juazeirense João Gilberto, ícone da “Bossa Nova”, adquiriu algum traço cultural por lá. Muito distante, embora.
                        
Barro Vermelho comemora neste mês de junho o centenário de nascimento de seu filho ilustre, o maestro Filemon Gonçalves Martins, honra e glória da terra.
                        
Algumas gerações de Barro Vermelho guardaram, décadas a fio, as marcas do grande maestro, porque ele sempre foi indissociável da história da terra. Ainda é. Construiu toda uma quadra da história do lugar dedicando-se à música e à vida simples de sua gente.
                      
No contexto cultural de Barro Vermelho, o maestro Filemon está inserido como pedra fundamental, alicerçando o seu tempo e a sua história.   
                        
A grandeza de um povo também tem raiz em sua simplicidade, na ausência de arrogância. As pessoas de lá são simples, dignas, essencialmente honradas. Conheci muitas delas, algumas já falecidas e cito estas, a título de exemplo de honradez e decência: Iolanda Martins Ribeiro, José Luiz dos Santos Filho, Agostinho Gonçalves, Hélio Coelho Oliveira, o próprio maestro Filemon, educado, atencioso, impressionantemente modesto. Os grandes homens são assim, simples, mas monumentais.    
                        
Abençoado pelo padroeiro São João Batista e pelo Sagrado Coração de Jesus, Barro Vermelho reverencia seu maestro e se refrigera com a cultura musical sustentada, principalmente, por ele e seu legado. Por aí se vê, sem dúvida, que a história deste simpático distrito de Curaçá tem, em suas páginas, o maestro Filemon Golçalves Martins na condição primeira de grande nome enriquecedor de seu patrimônio cultural.
                        
Filemon foi maestro da quase centenária Filarmônica 15 de Março de Barro Vermelho, fundada em 1917. Professor de música, Filemon teve admiradores, discípulos, circunstantes atentos. E fez escola. Foi pioneiro na arte de sedimentar a importância da música em Barro Vermelho e região.
                       
Difícil esquecer sua participação quase obrigatória em festas, acompanhando procissões, casamentos e batizados e animando bailes nos clubes sociais.   
                        
Parabéns para Barro Vermelho, sempre atento à firmeza de seus valores culturais.

WALTER ARAÚJO COSTA 
advogado,escritor e jornalista.


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