22 de abr. de 2013

CURAÇÁ E CABROBÓ EMPATAM NO ÚLTIMO SÁBADO PELA COPA TVGR


Como disse em comentário, espetacular até os 18 do segundo tempo. Ridículo a partir daí. Mas, enquanto a bola rolou de verdade, Curaçá e Cabrobó proporcionaram um jogo digno dos grandes momentos do futsal.
De um lado a juventude dos gêmeos Alan e Alex de Curaçá, em busca do primeiro título de campeão, e do outro a experiência de Cabrobó, maior vencedor da competição com sete conquistas. A junção das duas características ‘deu química’ e o futsal bem jogado elevou o clima a elevado grau de disputa dentro e fora da quadra.
Até os 10 minutos da primeira etapa a pressão curaçaense foi uma constante e, pelo menos quatro chances reais de gol foram perdidas, talvez fruto da ansiedade. Comandado por Tibúrcio, um verdadeiro Obdulio Varela, o time de Cabrobó assumiu o comando da partida e fez três gols em contra-ataques fulminantes que desestabilizaram o time dirigido por Sérgio Robério.
Agressão
O terceiro gol pareceu ser a senha para que um torcedor de Curaçá, segundo jogadores de Cabrobó, aproveitando-se da proximidade do banco de reservas, agredisse um jogador adversário. O técnico Cristiano reagiu de imediato e a polícia militar foi obrigada a intervir. Resultado da refrega: dois presos – o torcedor e o técnico – e o jogo paralisado por quase meia hora.
A importância da torcida
O segundo tempo começou igual ao primeiro. Estabilizado emocionalmente, Cabrobó fez mais dois gols antes dos dois minutos e deu por encerrada a fatura, erro fatal que uma equipe experiente nunca deveria cometer. De repente, a torcida de Curaçá, em maior número na arquibancada, acordou e contagiou os jogadores em quadra. Aos sete e aos dez minutos, os irmãos Alex e Alan marcaram e incendiaram o jogo. Aos 34, no entanto, Tibúrcio fez o sexto gol de Cabrobó e parecia a pá de cal nas pretensões curaçaenses. Como num passe de mágica, em apenas 50 segundos, dos 38 aos 38:50s, Curaçá marca quatro gols e arranca um empate heróico que levou a galera à loucura.
Aí o jogo acabou e o final vergonhoso todos conhecem.
Copa TV Grande Rio de Futsal
Terceira Fase – última rodada
Cabrobó 6 x 6 Curaçá

Espetacular e ridículo
Não era pra ser assim, mas foi. Quando a menos de dois minutos para o final o jogador Reinaldo marcou o sexto gol de Curaçá, o espetacular futsal praticado pelos jogadores das duas equipes até então, foi apagado da quadra e a partir daí se transformou numa verdadeira palhaçada que macula a imagem do esporte.
Explico. Pelos caprichos do inusitado, o regulamento da competição previa que um empate em seis gols ou mais classificaria os dois times, deixando de fora um terceiro que concorria a uma vaga para a fase seguinte.
Conhecedores da causa, jogadores e dirigentes, cinicamente, dissimularam e levaram o jogo em ‘banho-maria’ até o apito final do árbitro central.
A resposta da arquibancada foi dura e imediata: vaias ensurdecedoras, em uníssono, ecoaram pela quadra do SESC, reverberando pelos ouvidos de toda Petrolina e covardemente maculando a imagem do futsal e a história da Copa TV Grande Rio, maior evento do gênero do Vale do São Francisco e um dos maiores do Nordeste.
Quanto vale uma vitória? Até que ponto as fronteiras entre o caráter e a falta dele se confundem? Para vencer é justificável praticar o antijogo e assumir atitudes antidesportivas? Perguntas como essas fizemos a dirigentes e jogadores das duas equipes após a partida e, como se também tivessem combinado, as respostas foram muito parecidas.
O experiente goleiro Cícero, do Cabrobó, recordista de participações na Copa em 17 edições, um tanto quanto constrangido justificou o comportamento de sua equipe alegando cansaço dos jogadores pela grande batalha que aconteceu em campo, que teria provocado o desgaste físico de todos.
Eneilton Ramos, coordenador de esportes da prefeitura de Curaçá, foi direto na ferida: “Justifica, sim. Seria burrice nossa e deles continuar jogando se o resultado era favorável aos dois”.
O treinador Sérgio Robério, de Curaçá, desconversou e se recusou a admitir que sua equipe tenha compactuado de uma fraude: “Em nenhum momento combinamos nada”, afirmou.
Em casos como esse o regulamento é omisso. No entanto, seria bem recebida pela comunidade esportiva uma punição aos protagonistas de tão deprimente ato antiesportivo. O exemplo que fica para os mais jovens que no momento formam suas preferências esportivas é desolador e denigre a imagem de todos que defendem e praticam o esporte.
Carlos Humberto

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