O jornalista Luiz
Humberto Prisco Viana, baiano de Caetité, terra do jurista, escritor e educador
Anísio Teixeira, era deputado federal pela Aliança Renovadora Nacional (ARENA)
da Bahia. Curaçá, na região sanfranciscana, um dos seus redutos eleitorais.
Eleições de 1978. Prisco Viana obteve em Curaçá 2.889 votos, na
esteira da liderança de Theodomiro Mendes da Silva, seu amigo, aliado político
e líder incontestável no município, onde foi prefeito duas vezes.
Prisco Viana conseguiu encaixar uma emenda parlamentar no
orçamento da União e liberou, a pedido de Theodomiro, verba para construção de
uma ponte sobre o riacho Paredão, em Patamuté, o histórico distrito curaçaense.
E ficou aguardando a festa da inauguração.
Theodomiro mandou colocar pedras na travessia do riacho, para
evitar atoleiro. Quando chovia, os carros tinham que esperar as águas baixarem,
o motorista mirar bem as pedras e, com muita perícia, acelerar para não ficar
dentro do leito, atolado.
O tempo passou. E Prisco esperando o convite para a festa de
inauguração da ponte.
Um dia, em Brasília, em seu gabinete no Anexo IV, da Câmara dos
Deputados, Prisco fulminou a pergunta a um desavisado filho de Patamuté que
tinha ido visitá-lo:
- Ficou boa a ponte do Paredão?
O visitante embasbacou-se, surpreso, porque não entendeu a
pergunta. Não sabia de ponte, nunca tinha visto ponte lá.
Prisco Viana explicou: verba liberada, ponte construída, Patamuté
beneficiado, povo satisfeito e votos garantidos. O visitante continuou não
entendendo. Quem mandou ser leigo em política?
Walter Araújo Costa
advogado, escritor e jornalista
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