O perfil do agricultor familiar do semiárido está
mudando. A produção agrícola de subsistência ainda prevalece, porém, a busca
pela melhoria da qualidade de vida no campo tem estimulado o agricultor
familiar a driblar as dificuldades peculiares da região. Em conjunto com as
instituições governamentais, os agricultores estão buscando alternativas
pautadas na agroecologia e na preservação do bioma caatinga. Para os mais
organizados, já é possível diagnosticar um aumento na comercialização do
excedente da produção, como é o exemplo do criador de caprinos, Pedro de
Alcântara de Araújo (43), que aumentou seu faturamento em 40%, mudando,
principalmente, o manejo dos animais e do solo.
Dentro dessa diretriz, a Empresa Baiana de
Desenvolvimento Agrícola S.A. (EBDA), órgão vinculado à Secretaria da
Agricultura (Seagri), responsável pela Assistência Técnica e Extensão Rural
(Ater), no estado, vem intensificando suas atividades na região de Curaçá, a
exemplo da implantação de dois silos, para armazenamento de alimento para os
animais - nas comunidades das fazendas Icó e Volta -, de hortas comunitárias
com sistema de irrigação com garrafas PET e com produtos orgânicos, da
construção de barragens subterrâneas, e de uma unidade de pesquisa, com sete
variedades de banana resistentes a Sigatoka Negra (doença que acomete a
bananeira), na comunidade de Curralinho.
Para Pedro Araújo, agricultor familiar do
município, com as orientações dos técnicos da empresa, foi possível armazenar
alimentos para os caprinos e ovinos, de forma mais efetiva e garantida, através
da técnica de silagem e fenação. “Antes eu não armazenava por falta de conhecimento;
depois que a EBDA me orientou, consigo armazenar o milho e o sorgo, sem
desperdícios. Meus animais agora têm comida durante todo período seco, e quero
armazenar também a palma, na forma de farelo. Com essas técnicas consigo manter
os bichos produzindo leite e carne, mesmo em tempos ruins para o sertão”
declarou o agricultor.
Outra atividade estimulada pelos técnicos da EBDA,
que atingiu resultado exitoso, em Curaçá, foi a instalação de hortas
comunitárias, com o sistema de irrigação que utiliza garrafas PET. De forma
experimental, a tecnologia foi implantada no Centro de Atenção Psíquica Social
(CAPS), em julho passado, visando melhorar a qualidade dos alimentos
consumidos, na instituição, bem como contribuir com a oficina terapêutica de
horticultura, já existente, para o tratamento dos pacientes.
“É dada a oportunidade àqueles que se identificam
com as atividades da oficina, como tratos culturais e irrigação da horta. Este
é um momento feliz para os pacientes, principalmente na época da colheita das
hortaliças; visualmente, o sistema é muito bonito”, comentou Ângela França
Almeida, coordenadora do CAPS. Essa horta tem ajudado como terapia ocupacional,
no tratamento dos internos, que de forma lúdica e criativa cultivam a horta,
diariamente.
Visando uma melhor qualidade de vida dos
agricultores, também foram construídas duas barragens subterrâneas na
comunidade de Icó, com o objetivo de aumentar a potencialidade de umidade do
solo, bem como a área de plantio das culturas de sobrevivência.
Fonte: - Assimp/EBDA
Fonte: - Assimp/EBDA
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