A dona de
casa Paula de Souza Nogueira Farias, de 22 anos, foi torturada por mais
de quatro horas pelo ex-marido Neliton Carvalho da Silva, de 25, na
presença do filho de um ano e meio.
Ela
teve pernas, braços e rosto queimados com um ferro de passar roupas,
durante a noite desta sexta-feira. Ele escreveu seu primeiro nome, em
letras garrafais, nas costas da vítima, com uma faca sob alta
temperatura. A vítima ainda levou socos e pontapés em várias partes do
corpo.
“Pensei
que ia morrer. Fui marcada como uma vaca, tratada como um animal. Ele
falou que eu ia ficar bem feia para não ficar com mais ninguém na minha
vida. Falou que se eu o entregasse à polícia ele mataria meus outros
dois filhos, de 7 e 5 anos, que são de outro relacionamento. Se ele for
liberado, não sei o que será da minha vida. Tenho medo que ele volte e
mate todo mundo”, disse ela na 16ª DP (Barra da Tijuca), onde o caso de
tortura, ameaça e tentativa de homicídio foi registrado. O agressor
alegou que o motivo seria ciúmes. Segundo Paula, o casal estava separado
há um ano.
Paula
contou que Neliton pediu para o ver o filho. “Fazia dois meses que ele
realmente não via o menino. Como ele disse que me daria R$ 150 para as
despesas, fui até a casa dele levar o garoto. Ele me recebeu bem, mas
quando passei da porta começou o inferno. Ele me trancou dentro do
apartamento e me acusou de ter relações com amigos dele. Aí ele me disse
que ia apenas me torturar, mas não iria matar para eu lembrar sempre
dele”, disse ela. Com um ferro de passar roupas, o agressor queimou o
rosto e as coxas da mulher, que ficaram em carne viva.
Os
gritos da mulher não fizeram o ex-marido parar. Paula se contorceu em
dores quando Neliton escreveu seu primerio nome nas costas dela. “Ele
disse que para que toda a vez que eu estiver com outro homem, vou
lembrar dele”, disse. Ele usou uma faca sob alta temperatura para fazer
as letras. Nos braços, ele desenhou as letras “enes”. Após a sessão de
torturas, o agressor levou a vítima até o ponto de ônibus. Ele pegou uma
kombi e parou no Posto de Policiamento Comunitário (PPC) do Terreirão,
no Recreio dos Bandeirantes. Ela foi levada para o Hospital Lourenço
Jorge, na Barra da Tijuca, onde foi medicada.
Ainda
bastante abalada com as agressões, a vítima contou que prestou queixa
por agressão contra Neliton duas vezes na Delegacia Especial de
Atendimento a Mulher (Deam). Há nove meses, ele encostou uma colher
quente em seu rosto. “Ele sempre foi agressivo, mas jamais imaginei que
pudesse chegar a esse ponto. Nunca pensei que isso poderia acontecer.
Infelizmente meu filhinho assistiu tudo muito espantado. Espero que não
fique traumatizado”, disse. O caso foi registrado na 16ª DP (Barra).
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