Já está na estrada, saindo de Barreiras rumo a dez municípios da Bahia,
o comboio de dez caminhões carregando 300 mil quilos de milho para
serem doados a pequenos pecuaristas assolados pela maior seca dos
últimos 60 anos. O milho é parte dos mais de 700 mil quilos arrecadados
pela Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), entre seus
associados e entidades de classe da região, atendendo à campanha SOS
Seca, promovida pelo Governo do Estado. A meta inicial da Aiba era
arrecadar em torno de um milhão de quilos, mas, pelo ritmo das doações,
esse número pode ser muito maior.
Com a doação de 50 produtores e empresas, a Aiba já contabilizava 712
mil quilos, ensacados com a logomarca da campanha e armazenados nas
instalações do armazém Padin Cereais. “É um grande gesto. Se considerado
que o preço do milho hoje no mercado está muito atrativo, este volume
já arrecadado ganha ainda mais peso. Eu acredito que uma boa ação como
esta traz retornos que não podem ser medidos em cifras, mas são muito
mais remuneradores para o espírito e a consciência de cada um”, explicou
o presidente da Aiba, Walter Horita.
Um dos exemplos de empenho pessoal dos produtores na arrecadação veio
do agricultor Luiz Carlos Bergamaschi, cuja propriedade fica no distrito
de Rosário, município de Correntina, no extremo Oeste do estado,
fazendo divisa com Goiás. Bergamaschi, com um caminhão, ido de porteira
em porteira, mobilizou 16 produtores que juntos, doaram mais de 60 mil
quilos. “Gostaria de agradecer a estas pessoas que acreditaram na
campanha e colaboraram. Ajudar a quem precisa é muito importante em um
momento desses”, disse Bergamaschi. A carga com este lote tem como
destino Juazeiro, Itaberaba, Quincé, Marcionílio Souza, Glória, Maracás,
Conceição do Coité, Uauá e Lafaiete Coutinho. A definição dos
municípios beneficiados partiu do Comitê da Seca, do Governo do Estado.
Situação é grave
Entusiasmado com o progresso da campanha SOS Seca no Oeste da Bahia, o
secretário da Agricultura, Eduardo Salles, agradeceu em seu discurso a
cada um dos produtores e empresas que colaboraram para a arrecadação, e
entregou aos presentes um prato especial que simboliza o reconhecimento
do Governo do Estado aos doadores, e representa as principais atividades
agrícolas que serão beneficiadas, como a caprinovinocultura, a
bovinocultura de corte e leite, e a suinocultura e a avicultura, todas
elas praticadas por agricultores familiares.
“Este é um momento histórico para a Bahia, o Nordeste e o Brasil. O
trabalho destas instituições é um grande exemplo de solidariedade a ser
seguido. Esta seca é uma tragédia tão avassaladora quanto um terremoto, e
está dizimando rebanhos inteiros no estado. O pequeno pecuarista tem
uma relação afetiva com seus rebanhos. Os animais têm nome e são
resultado do melhoramento que eles mesmos vêm fazendo a cada ano. Com a
seca, o último recurso que eles têm é sacrificar suas matrizes. É algo
muito triste”, disse Salles. Segundo Eduardo Salles, ao contrário do que
alguns pensam, a seca não está acabando. “Ela está no pior momento. Se
tudo correr dentro da normalidade, ainda são quase cinco meses de seca
pela frente. A situação é muito grave”, explicou.
Contribuíram, até agora, para a campanha, Grupo Busato, Condomínio
IrmãosGatto, Luiz Carlos Berlatto, Grupo Horita, Ademar Antonio Marçal,
Herberto Schermack, Márcio Júlio Schermack, Rafael Schermack, Ivo Zils,
ArnildoZils, Marilene Zancanaro Zanella, Marco Aurélio Botolli,
VolmirMartinazzo, Volnei Matinazzo, Suzane Mari Piana, Luiz Carlos
Bergamarschi, Paulo Jorge Silva Mota, Joao Carlos Jacobsen Rodrigues,
Grupo Ilmo da Cunha, Marcelino Flores de Oliveira, Olmiro Flores de
Oliveira, Célio Zuttion, KoitiOrita, Celito Breda, Celito Missio, Dirceu
Di Domênico, Tecnoseeds Sementes Ltda, Sementes Paso Ita, Irineu Orth,
Afonso Orth, Martin Pascoal Drees, Paulo Ricardo Frasson, Hermes
Augusto Ferreira, Hermeson Denis Cecchin Ferreira, Arnaldo Juliani,
Grupo Mizote, Grupo Franciosi.
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