Produtores rurais do Perímetro de
Irrigação Pedra Branca, município de Curaçá, ocuparam na manhã desta
quinta-feira, 12, o Centro Administrativo do projeto, de onde só pretendem sair
depois que tiverem uma posição da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São
Francisco e Parnaíba (Codevasf) sobre o futuro do perímetro irrigado.
O movimento tem apoio dos 105
ex-funcionários da Hidrosondas, empresa terceirizada pela Codevasf para dar
manutenção ao perímetro Pedra Branca, cujo contrato foi encerrado na quarta,
11. Os funcionários, que foram demitidos, estão sem receber salário desde
fevereiro.
"Nossa situação está
difícil, porque o projeto está todo parado, sem água. Nem mesmo para abastecer
as casas e as escolas", disse o produtor Cláudio Feliciano, enfatizando
que algumas culturas que estão no campo, "como cebola, tomate, melancia e
abóbora não tem resistência para passar um dia sem água. Se não resolverem
logo, vamos perder tudo", afirmou preocupado.
Ele estima que 7.500 famílias
dependem do perímetro Pedra Branca. É irrigado com água do rio São Francisco,
que só naquela região abastece outros sete perímetros de irrigação. Segundo
Feliciano até a tarde de quinta "ninguém da Codevasf, nem da empresa
apareceu por aqui para falar alguma coisa pra gente".
Conforme o presidente do
Sindicato dos Trabalhadores nas empresas Agrícolas, Agroindustriais e
Agropecuárias dos Municípios de Juazeiro, Curaçá, Casa Nova, Sobradinho e Sento
Sé (Sintagro), José Juvenil, Pedra Branca não é o único perímetro que está com
problemas com as empresas terceirizadas.
"Mas, por enquanto, o único
que está totalmente parado, é o Pedra Branca", afirmou, salientando que o
foco principal no momento é retornar o funcionamento deste perímetro "para
não prejudicar mais ainda os produtores".
Sobre os salários atrasados, o
que já foi motivo de várias manifestações em Juazeiro e Petrolina desde o ano
passado, Juvenil disse que o sindicato está encaminhando uma nova ação para a
Justiça, "cobrando salários e direitos trabalhistas da empresa e acionando
a Codevasf para dar garantia de que vamos receber tudo".
Segundo o jornal A TARDE, a
empresa Hidrosondas, foi contatada, mas não havia ninguém para falar com a
imprensa. A Codevasf informou que na tarde desta quinta aconteceu reunião em
Brasília para discutir este e outros problemas e ficou de dar retorno. No
entanto, até a publicação da reportagem não havia se manifestado.
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