20 de nov. de 2013

WALTER ARAÚJO: MENSALÃO - SE NÃO SABIA, LULA FOI UM GOVERNANTE DESPREPARADO

O presidente da República é a pessoa mais bem informada, em qualquer país do mundo. Se seus circunstantes, amigos pessoais e de estrita confiança não lhe passam informações, há uma estrutura de Estado para suprir esta lacuna. É o serviço de inteligência governamental. Em linguagem popular, são os arapongas.

O exercício do poder requer informações seguras, atualizadas, confiáveis. Informação é poder, inegavelmente.

O ministro Marco Aurélio Mello sabe das coisas. É sensato, correto, prudente. Qualquer ministro do Supremo Tribunal Federal é bem informado. Mas, processualmente, a Justiça é estática, só atua mediante provocação.

Nos governos militares, do marechal Castelo Branco ao general Figueiredo, todos os dias o presidente recebia às 09:00 horas, religiosamente, um relatório geral elaborado pelos órgãos de informações do governo, sobre tudo que estava acontecendo no país e ao seu redor. Este documento chamava-se sinopse. As decisões eram tomadas com base nas informações e nos fatos oriundos da assessoria governamental.

Hoje, temos a ABIN-Agência Brasileira de Inteligência, substituta do SNI-Serviço Nacional de Informações e também o Gabinete de Segurança Institucional, que cuida, com eficiência, da segurança e do dia-a-dia do presidente. São órgãos sérios, estruturas de Estado. Qualquer ingênuo sabe disto.

Em quadro assim, é razoável supor que Lula foi um governante despreparado. Um presidente que não tem conhecimento do que se passa em frente ao seu nariz, certamente é desprovido de condições para exercer a Presidência da República. E, segundo a denúncia, o mensalão foi arquitetado na Casa Civil da Presidência da República, órgão de assessoramento imediato de Lula, como o é de qualquer presidente.
O chefe da Casa Civil é a pessoa da mais absoluta confiança da Presidência. Foi, é e será. Inimaginável haver traição nessa relação.

Lula sempre disse que não sabia da existência do mensalão. Então, se é assim,se tornou um grande contador de anedotas, o que, aliás, ele sempre soube fazer. E há quem acredite em seus devaneios. O primeiro a acreditar foi o Procurador-Geral da República da época, que excluiu Lula da denúncia dos mensaleiros. Por dever de ofício o devia ter incluído. Entretanto, acusar o presidente da República é temeroso, leviano, incabível. Esta é uma cultura idiota no Brasil, embora todos sejam iguais perante a lei. Não é assim que diz a Constituição Federal?

Cabia ao Supremo Tribunal Federal julgá-lo, como fez com os demais acusados. E até absolvê-lo, por insuficiência ou falta de provas. Teria poupado Lula de carregar, em direção ao túmulo, essa sua fama de trapaceiro.


WALTER ARAÚJO COSTA
advogado,escritor e jornalista.

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