19 de jun. de 2013

CAETANO VELOSO DEFENDE PROTESTOS, CHAMA ALCKMIN DE INSENSÍVEL E CRITICA ARNALDO JABOR

Diante das mobilizações populares que acontecem em todo o Brasil, diversas personalidades resolveram se manifestar e apoiar a causa. E o cantor Caetano Veloso, que sempre opina sobre diversos temas espinhosos, não podia ficar de fora. Em postagem feita nesta madrugada em seu perfil no Facebook e site oficial, Caetano diz se identificar com os manifestantes: “Eles estão dando voz a sentimentos ainda inarticulados. Têm que nos fazer pensar. Relembro as passeatas dos anos 1960 e penso nos movimentos que se dão na Turquia agora, como se deram faz pouco nos EUA, na Espanha, na Grécia, em vários países árabes. Me sinto em sintonia com essas pessoas. A fala de Alckmin, reduzindo tudo a ação de baderneiros e vândalos, foi insensível. Está por fora”. Em seu texto, Caetano aproveita para criticar o posicionamento do colunista da Rede Globo, Arnaldo Jabor: “Não chamaria Jabor de burro, como acontece na cômica montagem que fizeram da fala dele com uma gravação minha dos anos 1970, mas acho superficial dizer que esses movimentos são pura ilusão nostálgica de grupos de classe média, que sonham com as marchas de que ouviram falar. Os 20 centavos podem não doer no bolso da maioria dos manifestantes mas são essenciais para os pobres que precisam de transporte público. Nada diz que jovens que não pertencem às classes necessitadas não podem reclamar por elas”.

O artista revela perceber a importância de notar que o fato de serem os protestos motivados pelo aumento das tarifas aponta para o problema gigante do transporte público no Brasil: “O Rio conhece uma tradição mafiosa nesse campo. Aqui, através desse sintoma que é o aumento do preço das passagens, os manifestantes estão dizendo que não engolem os modelos de negócios adotados para as obras relativas à Copa e à Olimpíada; que desconfiam dos planos de ampliação do metrô; que percebem que o povo brasileiro já sente os efeitos da inflação. São muitos níveis de insatisfação de que se esboça a expressão”. Diante de toda essa defesa do movimento, o cantor santamarense chama atenção para a questão dos vândalos infiltrados no movimento e da ação das autoridades que dão carta branca para a polícia agir de forma descabida: “Sou radicalmente contra vândalos que causam danos a prédios e monumentos. E sou radicalmente contra a atitude das autoridades que mandam a polícia descer o pau em qualquer manifestante. Como disse um jornal estrangeiro, o Brasil parece que esqueceu o que são manifestações públicas de protesto. Enfim, como na canção de Dylan, alguma coisa está acontecendo e você não sabe o que é, sabe Sr. Jones? Esperemos que seja algo que ajude o Brasil a se desamarrar”.

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