O prefeito de Curaçá, Salvador Lopes Gonsalves, foi denunciado
pelo Ministério Público Federal por irregularidades em licitação. Na
gestão de Gonsalves, teriam ocorrido superfaturamentos e apropriação de
recursos públicos, de acordo com a denúncia. O grupo formado por
Gonsalvez, pelo presidente da comissão de licitação, Rosendo dos Santos
Filho e pela sócia da empresa Unisaúde, Graciela Scherer é acusado de
estar associado com a máfia das sanguessugas.
O esquema ficou
nacionalmente conhecido por fraudar licitações para desviar dinheiro
público em larga escala. Segundo o inquérito, o prefeito e o presidente
da comissão de licitação teriam fraudado o procedimento licitatório,
direcionando-o à contratação da empresa Unisaúde, controlada por
Graciela Scherer, para a aquisição de uma ambulância. Os recursos para a
compra foram transferidos por meio de convênio firmado em decorrência
de emenda parlamentar.
A proposta vencedora ofereceu a unidade
móvel de saúde licitada por R$ 47 mil reais e o veículo chegou a ser
adquirido pela prefeitura por R$ 47.900. No entanto, perícia da Polícia
Federal identificou que o preço de mercado da ambulância era de R$
36.095 reais, o que indica um superfaturamento de R$ 11.805,00 (32,7%).
Ainda de acordo com a denúncia, o processo licitatório foi aberto sem
ser publicado em qualquer jornal de grande circulação, o que fere o
princípio da publicidade.
Para o procurador regional da República
Paulo Vasconcelos Jacobina, houve “desvio de recursos públicos federais
em proveito do grupo empresarial controlado por Graciela Scherer, em
prejuízo à economicidade das licitações e à devida prestação de serviços
públicos de atendimento médico móvel à população de Curaçá”.
Segundo
o MPF, Salvador Gonsalves chegou a participar de várias licitações
superfaturadas no esquema das sanguessugas e tem ligações com o Grupo
Domanski, que também já foi denunciado em outro processo.
A
denúncia pediu a condenação dos envolvidos por crimes de licitação e
responsabilidade e que o cálculo da pena seja proporcional aos motivos e
às consequências dos delitos. “A reprovabilidade dos crimes
multiplica-se pelo fato de que eles atingiram o setor de saúde pública
num município paupérrimo do Nordeste, com prejuízo para os cidadãos mais
pobres deste país, desapossados de recursos que poderiam melhorar e
salvar vidas”, ressaltou o procurador.
23 de mar. de 2012
MINISTÉRIO PÚBLICO DENUNCIA O PREFEITO DE CURAÇÁ POR FRAUDE EM LICITAÇÃO
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