Artesã há mais de 30 anos, Adinória
Nogueira vai mudar de rotina. Ela costuma fazer o acabamento de suas
peças à noite. “Nesta hora já estou cansada depois de um dia inteiro de
trabalho”, conta. Ela participou da Oficina de Mercado, Design e Criação, desenvolvida pelo Sebrae,
e foi alertada sobre a qualidade dos detalhes, que pode ser decisiva
para o consumidor.
O Sebrae levou a oficina para Juazeiro (nos
dias 16 e 17 de novembro), Casa Nova (18 e 19) e, em Curaçá, (21 e 22).
Nos três municípios do norte da Bahia, 61 artesãos participaram da
programação. Além da orientação sobre o acabamento, os consultores do
Sebrae falaram sobre o reuso de materiais na confecção de peças
decorativas. No dia seguinte à aula sobre reciclagem, Marinalva
Siqueira, aluna da oficina, levou uma garrafa de vidro decorada com pó
de cana-de-açúcar para mostrar às colegas.
A capacitação faz parte
do programa de sistematização do artesanato na Bahia. O programa
pretende adequar a produção local à demanda nacional. A região norte do
estado foi a primeira a receber a oficina do Sebrae. “Em dois encontros
discutimos conceitos, tendências, funcionalidade e associamos o
artesanato à identidade regional, integrando o contemporâneo ao
tradicional”, explica a analista do Sebrae, Audeni Souza, que coordena a
oficina na região.
A oficina é o ponto de partida para a criação
de um plano de trabalho da instituição com associações de artesãos. A
partir dela, o Sebrae terá informações de como está cada uma e o que
precisa melhorar no produto, na identidade visual e na formação de
preços, entre outros aspectos. Marinalva Siqueira saiu encantada da
oficina. “Eu nunca tinha pensado melhor sobre meu trabalho, o que fazer,
por que fazer, para quem. Foi muito interessante”, avaliou. “A intenção
é colocar o artesanato local à disposição de lojas de decoração,
grandes eventos, espaços onde ele possa ser melhor aproveitado e
valorizado”, ratifica a consultora do Sebrae Marta Ayres.
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