O Programa ‘Água para Todos’ foi lançado
pelo Governo Federal, por meio do Ministério da Integração Nacional – MIN, em
11 de junho de 2007, com o objetivo de atender as comunidades ribeirinhas do
Rio São Francisco. Na época, o então Ministro Geddel Vieira fez uma viagem pelo
Nordeste anunciando o ‘Programa de Universalização do Acesso e Uso da Água’,
mais conhecido como Água para Todos (informações
do www.fomezero.gov.br). O Programa já nasceu com grandes metas: 750 mil
cisternas até 2014 (para consumo humano); 24,2 mil equipamentos hídricos para
produção (cisternas de produção, pequenas barragens, sistemas simplificados de
irrigação) e seis mil sistemas simplificados de abastecimento direcionados para
o consumo humano (dados da CODEVASF – www.codevasf.gov.br).
O Decreto 7.535/26 de julho 2011que regulamenta o Programa só entrou em vigor
no dia 27 de julho desse ano (Diário Oficial da União: informações do Blog do Planalto no www.brasil.gov.br). A iniciativa
faz parte do ‘Plano Brasil sem Miséria’, para atender metade dos 16,2 milhões
de brasileiros indigentes (a parte do País que fica no Nordeste).
Em Curaçá, dentro do Programa, o Governo
Federal construiu 20 sistemas de tratamento e abastecimento de água, beneficiando mais de 50 comunidades na beira do Rio,
desde a região de Pedra Branca até a divisa com Juazeiro, na Barra Grande. Os
investimentos são do Ministério da Integração Nacional – MIN e do Programa de
Aceleração do Crescimento – PAC e atingiram mais de 13 milhões (R$
13.680.976,78) e a obra é administrada pela Companhia de Desenvolvimento dos
Vales do São Francisco e Parnaíba – CODEVASF, sendo executada pela prestadora
de serviços Lucaia, desde 21 de janeiro de 2010.
Os Sistemas
Sistema na Faz Mosquito |
Cada um dos vinte Sistemas possui um
flutuante com dois motorbombas (um principal e outro reserva) ligados à adutora
por meio de mangotes e desta até um conjunto filtro-decantador, depois passando
pela casa de química (onde existem bombas dosadoras para cloro e algum clareador)
até o reservatório, dentro da Estação de Tratamento, e de onde a água já vai
tratada para as casas por meio da segunda adutora. Existem registros na
primeira adutora e ventosas e válvulas em todas elas.
Conforme Rôneison Leite, engenheiro da Construtora
Lucaia, “as ventosas ficam em pontos mais baixos e as válvulas nos pontos mais
altos; os registros servem para facilitar a manutenção quando houver problemas
na tubulação. Em cada casa foi construído o conjunto padrão com estrutura
externa, caixa, registro e hidrômetro (medidor de consumo de água)”.
De acordo com o engenheiro, “Os Sistemas
foram projetados para atender todas as demandas das comunidades, inclusive já
foram feitas ampliações sobre a projeção inicial, a partir de uma solicitação formal
do SAAE à CODEVASF”. Ao todo, já são mais de 800 ligações. O Projeto inicial
previa somente 564 unidades. Segundo nos informou o engenheiro Marcelo Ramos,
encarregado geral da Lucaia, até o fim serão mais de 960 ligações.
As Comunidades
O abastecimento público de água potável
se destina a comunidades ribeirinhas do Rio São Francisco (com até cinco
quilômetros da beira). Comunidades como Sombrio, em Pedra Branca e Passagem, na
Lagoa, tem o Sistema Captação-Tratamento completamente na beira do Rio. Outras,
como Unha de Gato, em Pedra Branca e Santa Cruz, próximo da Cidade, possuem
distância de alguns quilômetros da captação até a Estação de Tratamento.
Todas as Comunidades previstas de
abastecimento atingiam o número de 39 e eram: Barrinha 2, Boqueirão 2, Campo
Alegre, Dunas, Caraíbas, Cajueiro, Curralinho 2, Jatobá, Rompedor, Surubim,
Bambuí, Barra Grande, Fagundes, Favela, Passagem 1 e 2, Calçado, Crista de
Galo, Fernandes, Lagoa 1 e 2, Patos,Poço do Juá, Pocinho, Sombrim, Grapiúna,
Ipoeira Dantas, Lagoa dos Bois, Unha de Gatos, Mãe Maria, Mosquito, Pedra
Branca, Rompedor da Árvore, Saco da Canoa, São Baité, Santa Cruz, Batateira,
Sombra Quixaba. Após uma solicitação do Diretor do SAAE, Roque Soares, foram
feitas ampliações em várias localidades e passaram a ser beneficiadas, mesmo
sem construir novos sistemas.
“Nós solicitamos para 32 comunidades;
conseguimos 14 e as demais para uma segunda etapa. O pedido era para atender
comunidades que estavam já próximas dos Sistemas e não estavam incluídas. Ainda
serão incluídas mais comunidades, e as ampliações já estão sendo feitas para
atender as localidades de: Serrotim, Lagoa Seca, Riacho Verde, Renascença,
Boqueirão 1 e 2, Roçado, Ferrete, Cachoeirinha, Curralinho de Baixo, Roçado da
Árvore 1 e 2, Barra do Honório e Salgado”, revela Roque Soares, Diretor do
SAAE.
Antes disso, as pessoas tinham que se
deslocar de suas casas até a beira do Rio para lavarem roupas, louças e pegarem
água para realizar suas atividades domésticas.
“A
gente pega lá no Rio e traz para casa, para cozinhar, beber e tomar banho é no
Rio”, relata o aposentado Antonio Pereira, residente em Sombrim, próximo de
Pedra Branca. Dona Djanira Almeida, residente no Curralinho, também aposentada
reclama dessa situação: “A gente doente tem que pegar água aqui, depois de
chegar cansado do mato. Tenho problemas de coluna, mas tinha que ir pegar água
no Rio”.
Outras comunidades já tinham água
encanada, a exemplo de Rompedor (na região do Jatobá) e Ipoeira Dantas (na
região da Barra Grande), porém, a água era obtida da mesma tubulação usada para
irrigação, tendo, por isso, o perigo da água com ferrugem. “A gente pegava água
do cano da Fazenda Logos, mas é cano de ferro”, conta Paulo Ribeiro, da
Ipoeira.
A obra irá beneficiar também
equipamentos públicos como centros comunitários e escolas, a exemplo da escola
da Fazenda Lagoa 2. Aldenora Lima, professora na Lagoa 2 atesta: “é importante
porque atépara dar banho nas crianças a gente tem problemas.
Administração dos Sistemas
Já foram feitos testes nas caixas de água
e nos sistemas elétricos. Os Sistemas já estão quase prontos, faltando,
basicamente instalações elétricas e o término de algumas instalações
hidráulicas nas comunidades beneficiadas pelas ampliações. O teste de
funcionamento elétrico dos sistemas será feito com geradores e só então a obra
estará pronta e acabada. Logo, o próximo passo é entregá-la ao Município, o
qual poderá dar a concessão de administração para o SAAE de Curaçá.
De acordo com Roque Soares, o SAAE é o
concessionário de saneamento no Município, PORTANTO A Empresa deverá
administrar os Sistemas. “O SAAE está se preparando para administrar os
sistemas. Terá que se adequar, até para ter funcionários que trabalhem em mais
de um sistema, mesmo porque não dá para ter um funcionário em cada sistema.
Portanto os sistemas funcionarão por horário e não ininterruptamente. Mesmo
assim serão muitos custos, mas o SAAE visa o lado social”, diz Roque.
ASCOM SAAE de Curaçá
Reportagem:
Maurízio Bim -
Imagens:
Maurízio Bim
Colaboradores:
Valdeni Araújo, Jucileide Silva, Waldemar Barbosa, Coronel, Marcelo Ramos,
Adalberto Menezes, Ronaldo Silva.
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