26 de out. de 2011

ÁGUA PARA TODOS EM CURAÇÁ

O Programa ‘Água para Todos’ foi lançado pelo Governo Federal, por meio do Ministério da Integração Nacional – MIN, em 11 de junho de 2007, com o objetivo de atender as comunidades ribeirinhas do Rio São Francisco. Na época, o então Ministro Geddel Vieira fez uma viagem pelo Nordeste anunciando o ‘Programa de Universalização do Acesso e Uso da Água’, mais conhecido como Água para Todos (informações do www.fomezero.gov.br). O Programa já nasceu com grandes metas: 750 mil cisternas até 2014 (para consumo humano); 24,2 mil equipamentos hídricos para produção (cisternas de produção, pequenas barragens, sistemas simplificados de irrigação) e seis mil sistemas simplificados de abastecimento direcionados para o consumo humano (dados da CODEVASF – www.codevasf.gov.br). O Decreto 7.535/26 de julho 2011que regulamenta o Programa só entrou em vigor no dia 27 de julho desse ano (Diário Oficial da União: informações do Blog do Planalto no www.brasil.gov.br). A iniciativa faz parte do ‘Plano Brasil sem Miséria’, para atender metade dos 16,2 milhões de brasileiros indigentes (a parte do País que fica no Nordeste).

Em Curaçá, dentro do Programa, o Governo Federal construiu 20 sistemas de tratamento e abastecimento de água, beneficiando mais de 50 comunidades na beira do Rio, desde a região de Pedra Branca até a divisa com Juazeiro, na Barra Grande. Os investimentos são do Ministério da Integração Nacional – MIN e do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC e atingiram mais de 13 milhões (R$ 13.680.976,78) e a obra é administrada pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba – CODEVASF, sendo executada pela prestadora de serviços Lucaia, desde 21 de janeiro de 2010.

Os Sistemas

Sistema na Faz Mosquito
Cada um dos vinte Sistemas possui um flutuante com dois motorbombas (um principal e outro reserva) ligados à adutora por meio de mangotes e desta até um conjunto filtro-decantador, depois passando pela casa de química (onde existem bombas dosadoras para cloro e algum clareador) até o reservatório, dentro da Estação de Tratamento, e de onde a água já vai tratada para as casas por meio da segunda adutora. Existem registros na primeira adutora e ventosas e válvulas em todas elas.

Conforme Rôneison Leite, engenheiro da Construtora Lucaia, “as ventosas ficam em pontos mais baixos e as válvulas nos pontos mais altos; os registros servem para facilitar a manutenção quando houver problemas na tubulação. Em cada casa foi construído o conjunto padrão com estrutura externa, caixa, registro e hidrômetro (medidor de consumo de água)”.

De acordo com o engenheiro, “Os Sistemas foram projetados para atender todas as demandas das comunidades, inclusive já foram feitas ampliações sobre a projeção inicial, a partir de uma solicitação formal do SAAE à CODEVASF”. Ao todo, já são mais de 800 ligações. O Projeto inicial previa somente 564 unidades. Segundo nos informou o engenheiro Marcelo Ramos, encarregado geral da Lucaia, até o fim serão mais de 960 ligações.

As Comunidades

O abastecimento público de água potável se destina a comunidades ribeirinhas do Rio São Francisco (com até cinco quilômetros da beira). Comunidades como Sombrio, em Pedra Branca e Passagem, na Lagoa, tem o Sistema Captação-Tratamento completamente na beira do Rio. Outras, como Unha de Gato, em Pedra Branca e Santa Cruz, próximo da Cidade, possuem distância de alguns quilômetros da captação até a Estação de Tratamento.

Todas as Comunidades previstas de abastecimento atingiam o número de 39 e eram: Barrinha 2, Boqueirão 2, Campo Alegre, Dunas, Caraíbas, Cajueiro, Curralinho 2, Jatobá, Rompedor, Surubim, Bambuí, Barra Grande, Fagundes, Favela, Passagem 1 e 2, Calçado, Crista de Galo, Fernandes, Lagoa 1 e 2, Patos,Poço do Juá, Pocinho, Sombrim, Grapiúna, Ipoeira Dantas, Lagoa dos Bois, Unha de Gatos, Mãe Maria, Mosquito, Pedra Branca, Rompedor da Árvore, Saco da Canoa, São Baité, Santa Cruz, Batateira, Sombra Quixaba. Após uma solicitação do Diretor do SAAE, Roque Soares, foram feitas ampliações em várias localidades e passaram a ser beneficiadas, mesmo sem construir novos sistemas.

“Nós solicitamos para 32 comunidades; conseguimos 14 e as demais para uma segunda etapa. O pedido era para atender comunidades que estavam já próximas dos Sistemas e não estavam incluídas. Ainda serão incluídas mais comunidades, e as ampliações já estão sendo feitas para atender as localidades de: Serrotim, Lagoa Seca, Riacho Verde, Renascença, Boqueirão 1 e 2, Roçado, Ferrete, Cachoeirinha, Curralinho de Baixo, Roçado da Árvore 1 e 2, Barra do Honório e Salgado”, revela Roque Soares, Diretor do SAAE.

Antes disso, as pessoas tinham que se deslocar de suas casas até a beira do Rio para lavarem roupas, louças e pegarem água para realizar suas atividades domésticas.

 “A gente pega lá no Rio e traz para casa, para cozinhar, beber e tomar banho é no Rio”, relata o aposentado Antonio Pereira, residente em Sombrim, próximo de Pedra Branca. Dona Djanira Almeida, residente no Curralinho, também aposentada reclama dessa situação: “A gente doente tem que pegar água aqui, depois de chegar cansado do mato. Tenho problemas de coluna, mas tinha que ir pegar água no Rio”.

Outras comunidades já tinham água encanada, a exemplo de Rompedor (na região do Jatobá) e Ipoeira Dantas (na região da Barra Grande), porém, a água era obtida da mesma tubulação usada para irrigação, tendo, por isso, o perigo da água com ferrugem. “A gente pegava água do cano da Fazenda Logos, mas é cano de ferro”, conta Paulo Ribeiro, da Ipoeira.

A obra irá beneficiar também equipamentos públicos como centros comunitários e escolas, a exemplo da escola da Fazenda Lagoa 2. Aldenora Lima, professora na Lagoa 2 atesta: “é importante porque atépara dar banho nas crianças a gente tem problemas.

Administração dos Sistemas

Já foram feitos testes nas caixas de água e nos sistemas elétricos. Os Sistemas já estão quase prontos, faltando, basicamente instalações elétricas e o término de algumas instalações hidráulicas nas comunidades beneficiadas pelas ampliações. O teste de funcionamento elétrico dos sistemas será feito com geradores e só então a obra estará pronta e acabada. Logo, o próximo passo é entregá-la ao Município, o qual poderá dar a concessão de administração para o SAAE de Curaçá.

De acordo com Roque Soares, o SAAE é o concessionário de saneamento no Município, PORTANTO A Empresa deverá administrar os Sistemas. “O SAAE está se preparando para administrar os sistemas. Terá que se adequar, até para ter funcionários que trabalhem em mais de um sistema, mesmo porque não dá para ter um funcionário em cada sistema. Portanto os sistemas funcionarão por horário e não ininterruptamente. Mesmo assim serão muitos custos, mas o SAAE visa o lado social”, diz Roque.

ASCOM SAAE de Curaçá
Reportagem: Maurízio Bim - 
Imagens: Maurízio Bim
Colaboradores: Valdeni Araújo, Jucileide Silva, Waldemar Barbosa, Coronel, Marcelo Ramos, Adalberto Menezes, Ronaldo Silva.

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