Após quase dois dias de intensos manifestos contra o ‘Termo de Cooperação Financeira – TCF’ assinado entre Governo Municipal de Curaçá e Companhia Hidrelétrica do São Francisco – Chesf, alguns manifestantes do Perímetro Irrigado de Pedra Branca (PIPB) participaram de reunião, na noite de ontem (4), no Centro de Educação Superior, junto com representantes do Governo Municipal. Estiveram presentes: o Assessor Jurídico da Prefeitura, Jaime Cruz; o Prefeito Carlinhos Brandão; o Secretário de Governo, Josemário Brandão; o Chefe do Departamento de Planejamento, Givaldo Lopes e o Padre João Mendes; além de representantes do movimento: o Coordenador do Pólo Sindical, Adimilson Nunis; a Vereadora Maria da Paz (Paizinha), Walek Sandra, presidenta do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Curaçá, entre outros.
O Evento foi iniciado por Adimilson, que demonstrou
preocupação em relação ao abastecimento de água potável nas Agrovilas. “Nossa
preocupação é saber se a Chesf vai nos entregar a adutora, com a questão da
malha viária, tudo diretinho. Não sabemos se esses 4 milhões que serão repassados
pela Codevasf ao Município será o suficiente para tratar das áreas de saúde,
educação, infraestrutura e abastecimento de água. Temos que ser cautelosos e
verificarmos se a Codevasf não está querendo passar a responsabilidade dela para
a Prefeitura”, ressaltou. O reassentado Pascoal dos Santos teceu comentário
acerca do saneamento básico. “Saúde não é só ambulância, posto de saúde e
remédio; mas também diz respeito à questão do saneamento básico, que precisa
ser revisto nas Agrovilas”. A Vereadora Maria da Paz argumentou: “nossa maior
preocupação é com a água potável. É um custo muito alto com essa adutora.
Tivemos dificuldades em 2011, pois a gente sabe que o TCU (Tribunal de Contas
da União) estava exigindo que a Chesf transferisse a responsabilidade das
Agrovilas para os municípios; inclusive entrou até com ação no Ministério
Público contra o Município, mas na época nós entendemos que não tinha como
fazer a manutenção do local com a quantia que ela estava oferecendo. Nossa
sugestão é que façamos o mesmo que foi estabelecido em 2011. Queremos que as
pendências sejam resolvidas para depois a responsabilidade ser passada para o
Município”.
O Assessor Jurídico, Jaime Cruz, esclareceu alguns pontos do
assunto. “Com a decisão, no ano passado, do TCU dizendo que a Chesf tem que
passar a responsabilidade para o Município, nós sentamos para negociar. Então
nós teríamos que aceitar isso, fosse com quantia em dinheiro ou sem ela. A
Chesf iniciou proposta com R$ 2 milhões e meio e nós buscamos aumentar o valor
para R$ 4.151.675,70. Pelo que percebi nos argumentos colocados, uma das
maiores divergências é em relação ao valor, o receio de não dar para custear
todos os serviços que estão no plano de trabalho. Então nós podemos de alguma
forma tentar aumentar esse valor. A questão do Termo de Cooperação estar
assinado não impede de fazermos termos aditivos e rediscutirmos a situação, mas
nós precisamos que a Chesf seja parceira e solidária à causa”. Outro ponto
esclarecido por Jaime foi que esse Termo de Cooperação não anula o acordo que os
assentados tem com a Chesf desde 1986. “Ele só acrescenta”, explicou. “Esse novo
contrato tem um diferencial. Alguns Municípios optaram por contratar uma
empresa para realizar os serviços; logo após o término do convênio, essa
empresa vai embora, mesmo que não tenha feito um bom trabalho. No nosso caso,
nós adquirimos um maquinário e conversamos com a Chesf para que ele fique lá
até o término do Convênio, pelo menos, ou até que as estradas estejam
trafegáveis”, explicou Givaldo. Em relação ao abastecimento de água, os
presentes na discussão entendem que é necessário fazer uma adução em separado
do sistema de irrigação. “O que nós dissemos a Chesf foi que o Município só
assume essa responsabilidade se tiver sistema de abastecimento completo. Teremos
uma reunião dia 6 com a Chesf e saberemos como ela vai fazer para resolver o
problema. Se o sistema não estiver em bom estado de conservação, nós não
podemos assumir”, completou Givaldo. O Prefeito Carlinhos Brandão reiterou que
até agora nenhum valor em dinheiro foi recebido da Chesf. “Eu fiquei sabendo
desse movimento de vocês e saiu na imprensa que eu já tinha recebido R$ 2
milhões. Quero saber quem saiu com essa conversa. Fico triste em saber dessas colocações
mentirosas, pois como gestor municipal, eu represento o povo com
responsabilidade; não é fazendo politicagem. Não estou aqui para brincar com
política ou com o sentimento das pessoas; mas para trabalhar. O Governo vai
ajudar as Agrovilas, fazendo o que for possível, fazendo o melhor”, garantiu.
A reunião terminou por volta das 22h. Ficou acertado que dois
representantes dos manifestantes participarão de uma futura reunião entre a
Chesf e Governo Municipal. Todas as informações foram repassadas aos demais
membros da manifestação, que encerraram o Movimento na mesma noite.
Informações da Assessoria de
Comunicação da Prefeitura de Curaçá
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