2 de mai. de 2013

WALTER ARAÚJO COMENTA: A AGRESSÃO AO VEREADOR DE CURAÇÁ

Na fatídica reunião de 13 de dezembro de 1968, quando foi editado o Ato Institucional número 5, o famoso AI-5, arcabouço jurídico que implantou a ditadura militar no Brasil, o mineiro e advogado Pedro Aleixo, vice-presidente da República, único dos ministros a discordar daquele ato, dirigiu-se ao marechal e presidente Arthur da Costa Silva com a frase lapidar, que passou a fazer parte da História: “o que eu temo é o inspetor de quarteirão, o guarda da esquina”. 
A frase - sábia e oportuna - queria significar o seguinte: o poder, enquanto nas mãos de pessoas cultas, responsáveis e competentes, não faz mal a ninguém. Todavia, quando entregue a pessoas despreparadas, é terrivelmente perigoso. Perigoso, porque o agente público despreparado quer se mostrar, dizer que pode tudo, que é “o tal” e aí ele se apequena, iguala-se às sarjetas, porém, sua imbecilidade não o deixa perceber. É própria de sua condição de mentecapto. Entretanto, vivemos num regime democrático, amparados num robusto Estado de Direito, com imprensa livre e órgãos de controle ativos e vigilantes. 
A notícia da injusta agressão física ao vereador de Curaçá, por um policial, que tem o dever de cumprir a lei, se fosse profissionalmente preparado para isto, é clara no que tange à fragilidade de nossas instituições policiais. 
Este comentário é simples, estanque: expressar minha solidariedade ao vereador vilipendiado, dizer-lhe que muitos brasileiros já foram agredidos, física, verbal ou moralmente, por policiais despreparados para o exercício da nobre função que exercem.
Repugnante e detestável a atitude do policial, se verdadeira. Aliás, um agente público que procede assim, por si só, é repugnante. Um ser digno de pena. Seus vencimentos, pagos com os impostos dos cidadãos de bem, não podem respaldar atos como esses.
Pouco importa, aqui, a condição de vereador do agredido, se estava no exercício de sua função, representando ou não a Câmara Municipal, ou se, com sua família e amigos, encontrava-se em viagem de passeio. O que está em jogo, em evidência e discussão, é o desrespeito à sua condição de cidadão. 
A matéria Poder, Dever e Abuso é um alerta. Alerta para que a sociedade levante-se, mediante todas as formas possíveis, contra este e outros eventuais abusos. É preciso indignar-se. É preciso expelir das estruturas institucionais todo e qualquer agente público medíocre e desrespeitoso com o cidadão, seja ele de que naipe e condição social. Quem ofende um cidadão injustamente arranha sua dignidade e, por consequência, desrespeita as instituições, mormente quando se trata de quem, por dever de ofício, tem por obrigação respeitar a lei e a ordem.
Curaçá tem dignidade. A Câmara Municipal é a casa do povo curaçaense. O vereador representa o povo, merece respeito. Minha irrestrita solidariedade ao vereador Deroaldo Júnior. 


WALTER ARAÚJO COSTA 
advogado,escritor e jornalista

2 comentários:

  1. BELISSÍMO TEXTO!PARABÉNS

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  2. Verdade belicimo texto eu digo cem medo prefiro lhe dar com bandidos doque com sertos PM não respeitão niguem já lhe chamão logo de vagabundo e vai vc dizer que
    não e vagabando kkkkk ele tem e de ser espuso esse mal conduta

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