20 de dez. de 2012

A SECA QUE TRAZ SOFRIMENTO E NÃO ABALA A FÉ

Viajando esses dias pelo interior de Afrânio e Dormentes, interior de Pernambuco, senti na pele o calor que assola nosso Sertão. Observei várias condições desoladoras de animais e pessoas sem ter o que beber. Neste momento me senti impotente, sem ter como ajudar.
Refleti sobre os relatos dos sertanejos acerca das dificuldades do acesso à água na região. Eles criticavam os governos, mas o que mais chamava minha atenção é a fé no Grande Pai que irá fazer brotar a rama, mudar a cor desta paisagem cinzenta.
Eu observei atentamente a queima do mandacaru, cada dia mais escasso, para alimentar os animais, e a qualidade da água existente, barrenta e muitas vezes salobra. O que se vê é apenas juazeiros e algarobas verdes. Então pergunto-me: o que será deste povo sem ter o que comer e beber?
Os órgãos do Governo Federal, como DNOCS, Sudene e Codevasf, tinham no passado ações de combate à seca. Hoje, as ações de sobrevivência devem estar engavetadas em algum Ministério da vida.
Quando há desastres naturais no Sul e Sudeste do País, observamos uma cadeia de união para arrecadar mantimentos e agilizar ações do Governo. No Nordeste, ainda esperamos este SOS. Meus irmãos sertanejos apenas esperam em Deus que a chuva retorne e a caatinga volte a regenerar trazendo a felicidade.

Luiz Flávio Cavalcanti/Engenheiro Agrônomo

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