Viajando esses dias pelo interior de
Afrânio e Dormentes, interior de Pernambuco, senti na pele o calor que
assola nosso Sertão. Observei várias condições desoladoras de animais e
pessoas sem ter o que beber. Neste momento me senti impotente, sem ter
como ajudar.
Refleti sobre os relatos dos
sertanejos acerca das dificuldades do acesso à água na região. Eles
criticavam os governos, mas o que mais chamava minha atenção é a fé no
Grande Pai que irá fazer brotar a rama, mudar a cor desta paisagem
cinzenta.
Eu observei atentamente a queima do
mandacaru, cada dia mais escasso, para alimentar os animais, e a
qualidade da água existente, barrenta e muitas vezes salobra. O que se
vê é apenas juazeiros e algarobas verdes. Então pergunto-me: o que será
deste povo sem ter o que comer e beber?
Os órgãos do Governo Federal, como
DNOCS, Sudene e Codevasf, tinham no passado ações de combate à seca.
Hoje, as ações de sobrevivência devem estar engavetadas em algum
Ministério da vida.
Quando há desastres naturais no Sul e
Sudeste do País, observamos uma cadeia de união para arrecadar
mantimentos e agilizar ações do Governo. No Nordeste, ainda esperamos
este SOS. Meus irmãos sertanejos apenas esperam em Deus que a chuva
retorne e a caatinga volte a regenerar trazendo a felicidade.
Luiz Flávio Cavalcanti/Engenheiro Agrônomo
Nenhum comentário:
Postar um comentário