Durante os dias 30 e 31 de dezembro e 1º de janeiro a população curaçaense prestou uma série de homenagens a São Benedito e Bom Jesus da Boa Morte, padroeiros do Município. As festividades foram organizadas pela comunidade católica. Artistas realizaram eventos na Orla onde aconteceu show pirotécnico. Tudo teve o apoio do Governo Municipal de Curaçá, reunindo milhares de pessoas durante os três dias.
Na segunda-feira
(30) houve procissão, comandada pelo padre local, João Mendes, com participação
da Fanfarra Municipal ‘Famuca’. O cortejo saiu da Praça Raul Coelho, de frente
à casa de Dona Dália em direção à Igreja Matriz, onde os fiéis, com velas nas
mãos (simbolismo da luz de Cristo), cantaram, rezaram, agradeceram graças
alcançadas e apresentaram novos pedidos a São Benedito. O devoto José Roberto
dos Santos agradeceu um milagre recebido, percorrendo todo o caminho de pés
descalços. “Minha filha ficou doente e o médico disse que ela precisava ser
operada; nesse momento eu fiz um voto com o padroeiro, ela ficou curada e eu
vim pagar a promessa”, relatou. Em seguida, foi realizado o hasteamento da
bandeira do Padroeiro, em frente à Igreja, onde permanece até o próximo dia 6
de janeiro. “O hasteamento da bandeira é uma forma que os devotos usam para
exaltar o Padroeiro; para dizer que ele está em um lugar superior, divino”,
explicou João Mendes.
Já na terça-feira
(31), no decorrer do dia, aconteceu a tradicional Marujada, movimento cultural
religioso que segundo o Coordenador, Jairo da Silva, teve origem com a chegada
de escravos ao Município de Curaçá. “A Marujada surgiu graças à Dona Feliciana,
fundadora da Cidade, que veio para cá e trouxe alguns escravos. Eles
trabalhavam o ano inteiro, mas no dia 31 de dezembro tinham liberdade para
fazer o que quisessem. Então, eles aproveitavam para festejar São Benedito, o
santo protetor dos negros; foi nesses festejos que surgiu a Marujada”,
explicou. O grupo de marujos e marujas, como são chamados os participantes da
manifestação, se concentrou no Vale, próximo à Associação de Vaqueiros e
Pecuaristas de Curaçá (Avapec), a partir das 5h30. Na ocasião, rezaram e
receberam a bênção do padre João Mendes. Às 7h seguiram de barco para a Orla
Fluvial e em seguida começaram a dançar e cantar pelas ruas da Cidade. Por volta das 10h, os marujos se reuniram na
Igreja, onde participaram da ‘Missa do Marujo’, conduzida pelo Vigário Geral da
Diocese de Juazeiro, padre Josemar Mota. Após a celebração, partiram para
visita nas casas dos devotos de São Benedito, chamando atenção de toda a
população por onde passaram. Durante as festividades, também marcaram presença
os governantes e servidores municipais, a exemplo do Prefeito Carlinhos Brandão
e da Primeira-dama Jussara Dantas Brandão. À noite, foi celebrada a tradicional
‘Missa do Galo’.
Também no dia 31
foi a vez dos artistas promoverem o 15º Chá do último pôr-do-sol do ano. O Evento
é caracterizado por um misto de apresentações artísticas de curaçaenses e
disponibilização de chás aromáticos quentes ou frios de diversos sabores.
Diferente dos anos anteriores, em 2013 se destacaram as expressões com a
apresentações da peça ‘Auto de Natal’, dirigida por Sérgio Ramos, Diretor de
Cultura de Curaçá; e Reisado do Ferrete (comunidade da Sede Rural). Fernando
Ferreira já tinha aberto o ‘Chá’ com música. Ele tocou a canção “Opara”, de sua
autoria juntamente com Pinzoh e Roberval Torres, a qual já é símbolo do Evento
que surgiu em 1999, por iniciativa da ‘Cia Curaçálica de Artes Livre’, do
Projeto Ararinha Azul e da Banda Bichos Escrotos, que homenageou esse ano a
Curaçálica e a Banda Charlie Brown Jr., e encerrou as comemorações na Orla com
música e poesia na passagem de ano, com maioria das composições tematizando a
cultura curaçaense. Gil e Giliard também deram canja, assim como outros
músicos, durante a apresentação da Banda. À zero hora, aconteceu um elogiado
show pirotécnico com aplausos de centenas de pessoas que lotaram o espaço. O
céu da Orla se iluminou de diversas cores paralelamente com o céu no Centro de
Curaçá. Edenivaldo Macedo, Coordenador de Publicidade da Prefeitura de Curaçá,
comandou o show pirotécnico. “Tudo ficou mais bonito no desenrolar. Tivemos
muitos tropeços sim, mas conseguidos dar corpo ao que planejamos”, avaliou
Sérgio Ramos.
Houve festas em
locais fechados nos dias 30, com Limão com Mel, Sérgio o Forró, no Mercado
Novo; e 31, com André Mendes, no Cascata Clube.
No dia 1º de
janeiro, Curaçá ainda vivenciou a tradicional Procissão do Bom Jesus da Boa
Morte. Católicos de diversas comunidades da Sede e Interior participaram da
homenagem o também Padroeiro da Cidade. As representações foram dos Bairros
Salvador Pereira Lima (Igreja de São Francisco), Ivo Braga (Igreja de Santa
Terezinha), Adolfo Vianna (Igreja de Nossa Senhora) na Cidade; Agrovilas
(Perímetro Irrigado de Pedra Branca): 1, 3, 5, 9 e 15; Mundo Novo (Nossa
Senhora do Assunção), Patamuté (Santo Antonio) e Barro Vermelho (São João).
Cada comunidade trouxe imagens dos seus santos padroeiros locais. O Evento,
além da participação os padres João Mendes e Edvaldo Souza (que celebrou a
missa), também contou com a presença do seminarista Mirrail, de Uauá e do Padre
Toninho, ex-pároco de Curaçá. “Por ser o dia 1ª é sempre complicado reunir
muita gente. Mas, há 12 anos houve uma reunião com as comunidades católicas de
Curaçá e foi uma procissão bem participativa. Por isso fizemos essa tentativa e
foi muito positivo”, avaliou, bastante feliz, o Padre Edvaldo.
A Cidade esteve
sempre limpa e iluminada de todas as formas durante os dias de festa. Prédios
públicos, estabelecimentos comerciais e moradores locais contribuíram para
isso. A Prefeitura Municipal também promoveu uma limpeza e reforma ostensivas
de equipamentos e vias públicas e deu apoio em todos os eventos públicos. Não
foram registrados acidentes graves e nem eventos violentos. Religiosos e
artistas contribuíram para o sucesso dos festejos. Enfim, foi uma festa curaçalicamente
coletiva.
Informações da Assessoria e Comunicação a Prefeitura
de Curaçá
Fotos da Ascom e de Wilson Sena
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