6 de mar. de 2013

WALTER ARAÚJO EM "O PROBLEMA NÃO É MEU! É NOSSO!"

Um dos pilares da democracia é a liberdade de expressão. E essa liberdade pressupõe qualquer um dizer o que pensa, contanto que não arranhe os direitos dos outros, tampouco lhes cause danos morais, materiais ou de qualquer espécie. 
Às vezes me comporto como mequetrefe, indivíduo que se mete onde não é chamado. Todavia, tenho a obrigação de ficar atento às coisas da região, talvez uma das formas mais firmes de que disponho para contribuir com minhas raízes da caatinga.
Não vejo incompatibilidade entre ter participado de um governo e apontar ou reconhecer falhas desse mesmo governo, mesmo tardiamente e de forma genérica. Parece razoável afirmar que o senhor Leonardo Araujo usou o direito de expressão para tornar público seu ponto de vista sobre a situação do município de um modo geral. Só isto. É preciso que respeitemos o exercício desse direito. Amanhã, quem sabe, será o direito de todos nós que estará sendo espezinhado.
Quem escreve deve ter cautela para não ferir a honra e o patrimônio moral dos outros. 
Eu mesmo tenho me referido a Salvador Lopes Gonsalves em artigos e crônicas, tanto em meu blog, quanto em outras publicações, a exemplo do Boletim Curaçá. Mas minhas referências sempre militam no âmbito das idéias, de sorte que nunca passaram para a esfera pessoal. Primeiro, porque não há razão para isto, seria apequenar o debate e, segundo, porque entendo que Salvador é um sujeito decente e honrado, enquanto cidadão. As falhas supostamente existentes nas administrações que dirigiu devem ser vistas estritamente no âmbito de sua atuação política como gestor público. Existe um fio tênue entre o cidadão e o administrador público. Mas existe. É preciso entender essa diferença.
Curaçá não está bem, todos sabemos disto. E não será de um dia para outro que sairá dessa apatia. O que precisa mudar em Curaçá é a mentalidade de seu povo e não os administradores. Se durante anos e anos os gestores deixaram a desejar, talvez o erro esteja na sociedade que os escolheu até, em alguns casos, mais de uma vez. E não cobrou, nem fiscalizou. 


WALTER ARAÚJO COSTA 
advogado,escritor e jornalista.

Um comentário:

  1. Walter, o senhor sempre está sóbrio nos verbetes de sentidos.
    Maurízio Bim

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