A Curaçá FM é uma rádio
comunitária fundada em 7 de setembro de 2005 na Cidade de Curaçá. É gerenciada
pela Associação Curaçaense e Comunitária de Radiodifusão – Accord. Conforme o
Diretor-presidente da Accord, Antonio Carlos Rodrigues, “o objetivo da Rádio é
promover a comunicação social e comunitária na área de abrangência dela”.
Jumária Monteiro |
Ela possui um quadro de
programas que vão de musicais (de entretenimento), maioria deles, a
educacionais e informativos. A Programação, conforme quadro exposto na própria
Rádio, vai de 4h até 11h, de segunda a segunda.
Há dois anos a Rádio vem
tendo na programação a participação de escolas e programas educacionais da
Cidade de Curaçá. Conforme Jumária Monteiro, vice-presidente da Accord, “esse
programa partiu de uma assembleia de sócios da Rádio, numa discussão de como
fazer para haver maior participação de entidades de Curaçá, especialmente as
escolas na Rádio”.
Jumária resumiu que os
programas seriam semanais para cada escola, tendo meia hora para exibição. “A
ideia é que eles trouxessem informações educacionais, história da escola, temas
educativos. A partir disso, nós nos reunimos com coordenadores de cada escola
para decidir o cronograma (quais dias e escolas por semana), formato e
periodicidade”.
Esse trabalho promovido
pela Rádio, em parceria com diversas escolas da Cidade, se enquadra, dentro da
Educomunicação, na vertente da 'Educação através da Comunicação', em que os
conteúdo educacionais são difundidos na Rádio. Porém, também houve uma educação
para 'Gestão do Meio', isto é, o espaço cedido às escolas era totalmente
gerenciado pelos estudantes, os quais tiveram um mínimo de planejamento para
organizar as pautas e um mínimo de ensino para lidar com as várias ferramentas
disponíveis: microfone, mesa de som, músicas, volumes.
Segundo Jumária, foram
diversos os avanços desse Programa que nem nome tinha, mas tem uma
personalidade dentro da Programação da Rádio. “houve uma movimentação de
estudantes e escolas que atingiu a sociedade, pois pais e colegas passaram a
acompanhar a Rádio. Isso aumentou a audiência dela. Por outro lado, a escola
informava à sociedade o que fazia, isso é uma vantagem de conhecimento. Outro
benefício foi que os alunos aprendiam a planejar o trabalho”.
Charlene Xavier |
O apoio técnico da Rádio,
dado aos programas educacionais era feito por Charlene Xavier, Diretora de
Estúdio da Rádio. “A gente ajuda na abertura do Programa, botar as
trilhas, ligar e desligar microfone, falar ao microfone, ver o volume”.
Charlene acredita que esse trabalho vem ajudando os estudantes a se
desenrolarem diante de um microfone de rádio. “Umas alunas do Colégio Ivo Braga
se desenvolveram bem e agora já fazem outro, o 'GDCIP'; Teve também Verônica e
Taís Pereira que faziam, uma o Programa do Ivo Braga e outra o do João Matos,
agora fazem o Programa 'A hora do Curumim' com bastante facilidade”.
Charlene relatou que já
participaram várias escolas como: Caminhos do Aprendiz, João Matos, Ivo Braga,
Recanto do Pequeno Aprendiz, Fonte Nova, além de programas sócio-educacionais
como o PETI (Erradicação do Trabalho Infantil) e Projovem. Segundo Jumária, as
escolas já estão retomando os trabalhos na Rádio esse ano, após o período de
férias e carnaval.
Nilma Maia e Analice |
Nilma Maia é monitora do
PETI em Curaçá. Ela também é comunicadora da Rádio Curaçá FM. Isso facilitou o
contato e ingresso do PETI nesse Programa. “Eu solicitei a Antonio Carlos o
espaço, para uma apresentação mensal”. Segundo a Monitora, toda a atividade é
feita no PETI e depois exibida na Rádio. “O assunto é relacionado com o Projeto
Didático Mensal do PETI, e que divulgamos para a sociedade. Nós trabalhamos a
leitura, o treinamento de dicção, mostra os aparelhos na Rádio antes de
apresentar o Programa”. Conforme Nilma, já são dois anos fazendo esse trabalho
sempre com os mesmos alunos. “A gente vem percebendo alguns alunos
desenvolvendo a voz, a dicção e a leitura”, avaliou a Monitora.
Madalena Freitas |
Assim como no Programa do
PETI, nas demais escolas, os conteúdos também tinham base no Projeto Didático,
construído pela Comunidade Escolar, por exemplo: Água, tema que será discutido
por diversas unidades educacionais procuradas durante a construção dessa
reportagem. Madalena Freitas, coordenadora pedagógica da Escola Fonte Nova,
explicou mais sobre isso: “São os assuntos vivenciados em sala de aula, não era
um planejamento separado da aula, por isso eles tem mais domínio ao apresentar
na Rádio. Mas há o problema de que as crianças são tímidas, tem medo de falar
em público, tem medo; a gente então trazia as que iam apresentar para a
secretaria e fazia um treinamento”. A Escola saiu do Programa ainda no ano
passado. “As datas ficaram embutidas, os ouvintes não estavam sendo preparados
para o Programa, também faltou um pouco de treinamento na Rádio, faltou o
entrosamento entre escola e rádio, até para as crianças entenderem o que
estavam fazendo: o que era a transmissão de ondas sonoras; por isso eu acho que
o trabalho não ficou concluído”, avaliou a Coordenadora.
Taís Pereira, estudante e
apresentadora do Programa do Ivo Braga explicou que foi chamada, juntamente com
outros colegas a participarem do Programa. “A Diretora programava o que ia ser
apresentado. Uma professora nos acompanhava. A gente falava o que estava
escrito: sobre o Colégio, tinha as músicas”. Ele ainda revelou que o Programa
era ouvido pelos pais e professores. Ela também contou sobre o que aprendeu:
“usar o microfone e selecionar as músicas, além do controle de volume, e até
pôr o telefone no ar”.
Esse trabalho é inédito em
Curaçá e será reajustado para facilitar a participação das escolas conforme
adiantou Jumária. “Vamos decidir, em assembleia, como dar uma impulsionada
nele”.
Uma impressão geral entre
os envolvidos com o Programa é que ele é importante para os estudantes: no que
se refere ao contato com um meio de comunicação amplo, como é o caso da Rádio;
para melhorar a leitura e perder o medo de falar em público. Também é
possível verificar que todos desejam um maior direcionamento do Programa para
casar a educação e a comunicação e favorecer o desenvolvimento sócio-educacional
do estudante.
Maurízio Bim
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