Uma manifestação reuniu na última terça, 20, na
Ponte Presidente Dutra, em Juazeiro, aproximadamente dez mil agricultores em
favor da Articulação do Semi-Árido Brasileiro (ASA). O objetivo da passeata era
de criticar o rompimento da parceria do órgão com o Governo Federal, além de
criticar a mudança das cisternas atuais, feitas de alvenaria, para de plástico.
A passeata saiu da orla nova de Juazeiro com
sentido a catedral de Petrolina. A Ponte Presidente Dutra foi a mais afetada,
pois teve seu tráfego totalmente parado pelos manifestantes. O engarrafamento
causado pela passeata chegou, em Juazeiro, até proximidades do bairro
Castelo Branco.
Segundo Glória Batista, coordenadora
executiva da ASA, a passeata é uma articulação de agricultores e organizações
em favor da (ASA), que protesta contra o fim da parceria da ong com o governo
federal. Além disso, a mudança da cisterna também é um dos motivos da passeata.
“As cisternas de plástico não estão adaptadas ao ambiente semi-árido. Elas são
bem mais caras”, conclui.
O governo Federal rompeu a parceria com a
Articulação do Semi-Árido que já durava oito anos. Esse rompimento pode
prejudicar, segundo carta oficial divulgada pela ASA, dois dos principais
programas de acesso a água realizados pela parceria: Programa Um milhão de
Cisternas (P1MC) e Programa Uma terra e Duas águas (P1+2).
O programa P1MC já construiu ao longo desse tempo
mais de 300 mil cisternas, segundo informações do Ministério do Desenvolvimento
Social (MDS). Segundo o ASA, 1.076 municípios e 12 mil pedreiros foram
beneficiados.
Como rompimento, a ASA teria que negociar
diretamente com os estados e municípios, que agora tem a prioridade no
recebimento dos recursos. O outro ponto bastante questionada pelo ASA, é o fato
da mudança das cisternas de alvenarias, produzidas com material das próprias
comunidades e trabalho agricultores, por cisternas de plástico, que atenderiam
aos interesses de empresários que não compreendem o contexto semi-árido.
Segundo o agricultor Raimundo Nonato, de Santa
Filomena e que estava participando da passeata, a cisterna de alvenaria é muito
melhor que a de plástico, pois ela pode ser consertada. Maria Givaneide,
agricultora, acredita que a ruptura da parceria é um retrocesso nas lutas da
categoria.
Para Raimundo Fábio, assessor do Irpaa, essa
quebra de parceria é um retorno a indústria da seca. Ele acredita que a atitude
do governo federal esteja ligada aos recentes problemas enfrentados por
Organizações Não Governamentais (ONG). Ele diz que não há como afirmar quantas
pessoas seriam prejudicas com essa mudança, mas acredita numa quantidade
aproximada de 2 milhões de pessoas em todo o semi-árido.
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