29 de nov. de 2011

IMPASSE CONTINUA NO SAAE DE CURAÇÁ

Após uma parada de meio turno nessa segunda (28), os funcionários do SAAE de Curaçá foram recebidos, às 13 horas, pelo diretor da empresa, Roque Soares, no Escritório Central do SAAE, para uma reunião de entendimento. O Prefeito Municipal, Salvador Lopes, também participou da reunião, a qual contou com a presença de dirigentes sindicais do SINDAE e de alguns funcionários da autarquia.
Logo de início, o Diretor disse não aceitar contratados participando do Movimento Sindical e que não concordou com o fechamento do portão do Escritório. No mais, Roque Soares falou as mesmas coisas que vem repetindo há meses: que não pode dar reajuste porque a Lei de Responsabilidade Fiscal impede e quem isso atestou foi o Tribunal de Contas, embora ele nunca tenha apresentado qualquer documento que comprove isso; ele também apresentou valores de arrecadação que nada batem com a realidade, e isso deixou surpreso até o Prefeito. Tentando desviar o foco da reunião, sugeriu aumentar a arrecadação com instalação de hidrômetros, diminuição da inadimplência e outras ações para dar o reajuste, porém os funcionários defendem que com a arrecadação atual dá para pagar a perda inflacionária de somente 6,5%, prevista no Acordo Coletivo, negociado no primeiro semestre desse ano com o Diretor do SAAE.
A certeza que os funcionários tem de que dar para pagar vem da lógica simples: em 2010, praticamente com o mesmo quadro de funcionários, o SAAE atingiu menos de 54% (teto máximo de gastos com pessoal). Só que em 2011, houve reajuste de 25% na Tarifa de Água, a qual aumenta a de esgotos e ainda houve um registro de mais de 200 ligações novas, o que aumentou muito a arrecadação. Porém, a resposta do Diretor é que o percentual de pagamento com pessoal está – pasmem – superior a 54%.
Durante a Reunião, o Diretor ainda fez ameaças a funcionários que vierem a divulgar documentos da empresa sem autorização da Administração. Ele falou de informações sobre contas. Porém, o SINDAE já acionou a assessoria jurídica, a qual defende que as contas devem ser publicitadas; é o princípio da Transparência nas Contas Públicas, como estabelece a mesma Lei de Responsabilidade Fiscal, a qual o Diretor usou no início da Reunião para tentar justificar sua falta de vontade de cumprir um Acordo negociado com ele mesmo. O funcionários e dirigentes sindicais também apontaram os casos de carros alugados e utilizados irregularmente, promoções ilegais de funcionários, a truculência e o assédio moral por parte do próprio Diretor e o nepotismo na contratação de serviços de transportes e assessoria jurídica.
Por fim, os dirigentes sindicais fecharam um acordo com o Prefeito Salvador Lopes para não haver demissão, perseguição ou retaliação a nenhum funcionário e, por sugestão do próprio prefeito, será formada uma comissão, com membros da Administração, Sindicato, inclusive com um contabilista externo, e Funcionários, para analisar documentos da contabilidade, especialmente os que tratam de receitas-despesas, faturamento e principalmente arrecadação, onde os números mais tem conflitos. A reunião, que foi toda gravada em áudio, terminou às 16h30 e os funcionários fizeram uma análise e já se preparam para dar continuidade à mobilização, partindo dessa reunião do dia 28.

Informações de Maurízio Bim e Patrícia Pires – Dirigente Sindical de Base

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